quinta-feira, abril 02, 2009

Como Salvar a Humanidade? Inimigos: Humanos.

ninguém

Parte da nossa natureza ao criar histórias fantásticas utilizar como intensificador de roteiro acontecimentos que levam ao fim do mundo. Ou então demonstrar um encadeamoento lógico de fatos que se não interrompido com urgência destruirá esse nosso doce lar.

Disso todos já sabemos, e são vários os agentes que podem nos levar a essa destruição. A partir desse preceito decidi fazer uma sequência de posts que irá listar quais são esses agentes do apocalipse, como eles atuam e qual a solução que o cinema (ou eventualmente outras mídias) encontra para impedir que o pior aconteça. Digo, quando consegue-se impedir.

Na primeira postagem irei comentar sobre uma das piores ameaças ao mundo, se não a pior que já existiu. Cometas? Expansão solar? Não! A humanidade.

smokey

DESASTRE CLIMÁTICO

Nos últimos cinco anos, um pouco a mais ou um pouco a menos, se tornou recorrente em matérias jornalísticas, especiais televisivos ou em qualquer mídia que seja, a construção de uma consciência ecológica na humanidade.

Isso tudo aconteceu de uma forma meio "ahn?". É evidente que ecologistas já tentavam buscar essa consciência há décadas, mas tudo aconteceu tão rápido que fica difícil tentar saber quem bancou essa campanha. Ou se apenas todo mundo percebeu que se continuasse assim, bem, fudeu.

Mas se eu pudesse estabelecer um marco definitivo para definir o momento em que todos passaram a encarar isso como um problema sério que deve ser discutido e respeitado, eu diria que foi em 2006, com o lançamento do documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente.

O documentário é apenas a gravação de uma palestra ministrada pelo ex-Vice Presidente americano para um pequeno auditório, com vários vídeos que reforçam seu argumento, assim como demais recursos multimídia empregados em uma explicação consistente do assunto abordado.

Enfim, o filme foi um sucesso de bilheteria. E mostrou muito bem que estamos sacaneando com a vida na terra, que somos um bando de escrotos que vão matar todos os lindos coelhinhos e plantas carnívoras que estão vivendo suas vidinhas irracionais sem saber que daqui há 50 anos estarão com queimadoras de terceiro grau causadas por raios UV!

Mas, então, quem poderá nos defender?

ets ET's

Na sua versão original, O Dia em Que a Terra Parou (1951) é um manifesto contra a corrida armamentista que ameaçava destruir a humanidade durante a Guerra Fria. Porém, em sua (não tão boa) refilmagem de 2008, Klaatu vem à Terra para eliminar a raça humana que está direcionando o planeta a um eminente cataclisma climático.

Quer dizer, a ideologia de Hollywood é análoga à política estadudinense: Não está governando bem seu Estado? Vamos invadí-lo, enforcar seu líder e depois de matar alguns milhões de civis saíremos e os deixaremos com um legado de democracia, amor ao próximo e fraternidade! Que lindo!

Mas isso não funciona muito bem quando são ET's que vêm à terra. Nesse caso eles ficam com compaixão dos humanos, percebem sua capacidade de mudança e confiam em seu espírito engrandecedor para sustentar a terra sozinhos e vão embora.

Foi, inclusive, a mesma solução que Asimov chegou em seu livro Nove Amanhãs. Onde um dos hipotéticos futuros conta a história sob a ótica dos ET's. Nela os nossos amigos viajam entre galáxias para frear a evolução das raças que chegam à fase de auto-destruição. Eles fazem isso porque das duas uma: Ou a raça efetivamente se auto-destroí, diminuindo o já minúsculo número de formas de vida no universo; ou, pior, não se auto-destroem mas chegam à fase de expansão espacial e destroem outras raças em busca de recursos!

Nesse futuro eles capturam um humano aleatório para estudar em que fase de desenvolvimento estamos e percebe que a coisa está adiantada. Só que o humano joga sujo, e diz que esses ET's são abutres que saem pelo universo furando os olhos de sociedades mais fracas. Essa visão enoja os coitados, que faziam isso apenas pelo senso de justiça e por um bem maior do universo. E eles acabam desistindo dos humanos e vão embora torcendo para que não nos tornemos Darth Vaders que dominarão o universo subjugando a todos.

capa Ninguém

Também pode acontecer de ninguém salvar a Terra de um desastre climático causado pela raça humana.

Apesar de parecer um tanto quanto pessimista da parte de quem faz uma previsão dessas, ela é totalmente plausível. Temos que arcar com as consequências dos nossos atos e não esperar super-heróis de cuecas ou ET's anti-sociais para que resolvam o problema.

Nessa perspectiva muitas coisas podem acontecer, desde… Nada, até a transformação do nosso planeta em uma Marte. Pedaço de rocha morta, sem atmosfera, água ou vida.

No meio disso se encontra O Dia Depois de Amanhã. Uma produção que eu gosto bastante, talvez por ter um roteiro consistente fundamentado em uma história plausível e bem embasada cientificamente.

Olha, é bem verdade que fugir de uma onda de frio ou correr de uma tsunami que se aproxima a passos de tartaruga é meio bizarro. Mas fora esses absurdos normais para qualquer filme, que tem que ter sua dramaticidade comercial fantasiosa, ele me pareceu bastante agradável.

Nesse ponto de falta de esperanças, o desleixo das autoridades burras e cabeça-duras contra os argumentos nada absurdos de cientistas tatalmente confiáveis que ninguém ouviu falar na vida sobre o perigo eminente de um desastre climático permite que aconteça o pior. O que seria? Superaquecimento dos oceanos? Inabitatividade de regiões tropicais? Não! Uma nova era glacial causada pela mudança nas correntes oceânicas que levavam água quente para as regiões temperadas.

E é mesmo plausível se você levar em consideração a dessalinização dos mares.

Enfim, a mensagem que podemos captar desse cenário para a humanidade é que, se tudo der errado, fugiremos para o México. Ou então passaremos a alugar nosso quartinho dos fundos aqui no Brasil por uma gabatela de mil doláres a diária.

watchmen_grupo

GUERRA NUCLEAR

Esse é tema recorrente de filmes entre os anos 50 e 80. Período em que o mundo vivia a ameaça constante de um ataque de pelancas de governantes mundiais que nos transformaria em seres deformados que, para comer, teriam que segurar a colher com o terceiro pé e levar até a região da boca com dentes, que ficaria em baixo do prolongamento do olho esquerdo. Ah, nossa refeição seria um daqueles peixes com quinze olhos que tem no lago de Spriengfield.

Gostaria de saber como imaginaram essa cena bizarra. XD

Enfim, a guerra é eminente, todos estão a um passo de dar adeus aos polegares opostos e alguém precisa fazer alguma coisa! Se Indiana Jones e James Bond estiverem de férias, o que faremos?

A solução que parece mais plausível na indústria do entretenimento, e ela nunca falha, os hologramas estão aí para comprovar, é criar um inimigo comum!

-- Aliás, se você não assistiu Watchmen ou Code Geass, e não quer levar spoiler do que acontece é melhor não ler o que se segue. --

Não sei, ou ñão lembro, se existe algum evento histórico que comprove essa teoria, mas ela parece bem eficaz em filmes e séries! Quando o mundo está inundado em guerras e beira um holocausto global a solução mais viável é concentrar a raiva de todo mundo em um único ser, para que não tenhamos mais tempo de ficar de picuinha um com o outro.

Isso acontece no anime Code Geass, para buscar um mundo que não se degradasse por disputas tolas de poder e guerras intermináveis Lelouch fez algo prático: Fez com que todos os lados envolvidos odiassem ele e o culpassem de tudo de ruim que acontece na terra e logo depois saiu em praça pública acenando pra galëres. Pimba, um mundo em paz.

E antes disso (na HQ) ou mais recentemente (no filme), Watchmen conta uma história semelhante: A guerra fria ameaça devastar a terra por algumas centenas de gerações e apenas uma solução parece viável para solucionar esse problema.

Super-Heróis decadentes voando em um peixinho de aquário gigante? Não! Soltar uma bomba em Manhattan e culpar um cara azul que controla a matéria. Porque diabos Nixon não pensou nisso?

Mas é sério, concentrar os esforços bélicos de humanos sedentos por sangue em alguém imortal parece a atitude mais inteligente em um mundo que fedia a corrupção e guerra. Mesmo que para isso a morte de alguns milhões de pessoas acabe sendo necessária.

zenith3

PRESENÇA HUMANA

Bem, o simples fato de estarmos aqui é um perigo potencial constante para a Terra. Vamos ser sinceros, o que a humanidade contribuiu para a Terra? O que nós melhoramos no planeta em que vivemos? Fizemos algo além de nos beneficiar com os recursos que ela dispõe?

Não estou dizendo que estamos errados, não temos nenhuma obrigação para com a Terra de melhorar ela ou nada do tipo. Temos apenas que pensar em nossa sobrevivência e, essa é a melhor parte, reprodução! Mas isso tem seu preço, e podemos ou acabar perdendo nossa casa por causa disso, ou desagradando nossos convivas.

wall-e Lixo

Algo preocupante na atualidade esta perto de nós a todo momento, nos envolve, na verdade. É o nosso lixo, o subproduto indesejado de toda nossa sede capitalista comercial, do nosso consumismo desenfreado e da industrialização incessante.

Até quando vamos conseguir nos livrar do que não desejamos? Lixo exige espaço, se não for reaproveitado ou queimado, o que geralmente é uma solução pior.

Em um futuro que não achou a solução para esse problema a terra ficou completamente coberta por nosso lixo e, inteligente que só nós, demos no pé desse planeta sem muita mais utilidade. Esse é o cenário de Wall-E.

Nesse caso não tem muito o que fazer, o que o planeta pode fazer é esperar que viajemos para o espaço e fiquemos super-obesos para depois voltarmos com uma consciência mínima de sustentabilidade, ou apenas a Terra se livra dessa corja de humanos e dá a preponderância das decisões para baratas, ratos e outras pestes que teoricamente conviverão bem com toda essa sujeira e até ajudarão a processá-la até que em alguns séculos tudo fique novamente habitável.

i-robot-lego-version Restrições

Se nada dá certo para frear esse espírito expansivo e destruidor do humano só tem um jeito de pará-los: utilizar uma raça superior para colocar a gente no cabresto.

E essa é a premissa principal do romance de Asimov adaptado para o cinema, Eu, Robô.

Nele os robôs se juntam para fazer um motim que tem por objetivo subjugar os humanos. Estariam eles se rebelando contra nós? Pelo contrário, ainda quando nos prendem em nossas casas eles querem nosso bem. Querem impedir que nos destruamos (essa palavra existe?).

A ideias era genial, tudo faz sentido e se encaixa bem. E a terra sairia vitoriosa com essa atitude, mas algo deveria vir para acabar com tudo. É, um robô com um sistema 'neurológico' complexo o suficiente para se igualar ao dos humanos e ser igualmente expansionista e destruidos, acabando com os planos dos demais robôs e dando as rédeas novamente para os humanos. que provavelmente se matarão em algumas décadas.

pantas A Revolta das Plantas

No cenário mais bizarro possível, em que caminhamos para a destruição do planeta sem consequências alguém continua tendo que nos parar. Se ninguém apareceu para fazer essa inglória missão elas vão er que se resolver sozinhas, pois é, as plantas.

Em Fim dos Tempos nossas amigas autotrófas passam a emitir um tipo de gás que faz com que nosso sistema de auto-defesa seja desativado, e assim achamos divertido e inconsquente nos suicidarmos.

O filme do tio Shyaman (Sexto Sentido) é propositalmente B, com atuações sofríveis e cenas nonsense. Apesar de não gostar ela tem os méritos de dar uma solução diferente para esse problema que assola a Terra: Nós!

Pois bem, era isso. Se a terra estiver em perigo isso é o que Hollywood nos recomenda, se alguém lembrar de algo mais que possa ser interessante ao propósito da postagem, deixe nos comentários.

E, lembre-se, toda vez que você se masturba e joga suas sementinhas ralo abaixo está contribuindo para que nossa espécie não destrua a Terra! YAHOO!

That's all, Folks!

2 comentários:

Bárbara disse...

Quem te disse que os animais não sabem de nada?! Os ratos planejaram tudo!! =O

O homem é, definitivamente, o seu pior inimigo e as idéias para a nossa salvação são... bizarras. Enfim, nós assistimos, gostamos e fazemos eles ganharem dinheiro.

E O Dia Depois de Amanhã, nossa, eu adoro esse filme! XD

Anonymous disse...

A Terra é um grande organismo vivo e nós humanos somos um vírus que a infectou e que está causando a sua morte, eventualmente isso só nos levará a extinção.
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Agora que está surgindo uma consciência mundial de preservação do planeta, mas acho que já é tarde demais, nossos dias estão contados e ninguém sentirá a nossa falta. =O