segunda-feira, junho 22, 2009

People Change?

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Assistindo a uma série (House), me deparei com a seguinte frase repetida vezes seguidas: “People don’t change”, depois tudo se desenrola e você tem um final interessante no episódio, mas isso não vem ao caso. Será mesmo que as pessoas não mudam? As coisas em que acreditamos ou fazemos são determinadas por nossos genes?

Somos compostos por milhares de genes que estão em nossos cromossomos e que, por sua vez, compõe nosso DNA. Geralmente, quando se faz a pergunta, “Qual a função dos genes?”, as pessoas respondem que eles são responsáveis por determinar as nossas características. Mas quais são essas características e até onde vai essa determinação?

Se uma pessoa é mesquinha, não se importa com o sentimento dos outros, ou se é boa demais, sempre ajudando o próximo, quer dizer que ela nasceu assim, ou esses adjetivos são resultado da sua criação e do ambiente onde vive? Creio eu que a nossa educação é a maior responsável por quem somos, mas quando penso nisso vem uma coisa que minha mãe sempre diz; “Os pais não têm culpa dos filhos que têm”, ela fala isso, geralmente, quando o filho faz algo errado e age de uma forma não muito legal, e que ela sabe como essa pessoa foi educada, sabe que os pais ensinaram certos valores, coisas assim, mas que, mesmo com toda essa educação, eles se “desnortearam”. Ou seja, nessa simples frase, minha adorada mãe demonstra que as pessoas são o que são, independente se foram educadas de forma boa ou ruim, e a isso podemos acrescentar filhos de pais mesquinhos, que tinham tudo para serem desonestos, mas que, muito pelo contrário, são exemplo de integridade.

Pensando assim, os criminosos também são criminosos desde o berço, pessoas sem bom senso agem dessa forma por causa da genética, ser hipócrita também é questão de nascença e não de escolha social. As pessoas com as quais convivemos, as nossas escolhas diante de terminada situação e os nossos comentários perante alguns assuntos são totalmente culpa dos nossos pais, avós, bisavós e por aí vai? Não é assim, ao menos não pode. Pensar dessa forma só nos limita, além de ser um álibi para as nossas escolhas erradas. Veja bem, escolhas.

Voltando ao assunto inicial, se uma pessoa fez algo errado e tem uma segunda chance, ela pode mudar a partir disso, ou essa possível mudança seria momentânea e uma farsa, apenas para acalmar a consciência? Para mim, só o fato dela mudar, mesmo que seja pra tirar algum peso da consciência, pode ser uma prova de que as pessoas podem sim transformar quem são, a maneira de agir e de se comportar perante os outros. Sou convicta de que exista sim uma segunda chance e a possibilidade de mudar, apesar de que, se eu descobrir que uma pessoa me traiu de alguma forma, seja namorado, amigos, traindo de forma carnal ou simplesmente falando mal, será muito difícil eu confiar cem por cento nessa pessoa outra vez, sempre ficarei com “um pé atrás”, nunca tendo certeza se ela está sendo ou não sincera comigo.

Bem, sobre os genes determinarem quem somos em se tratando de “escrúpulos”, não acredito, para mim, nossas ações não pertencem à biologia, e sim à psicologia. Já acreditar que as pessoas possam mudar diante de uma segunda chance, sim, eu acredito, apenas acho que não conseguirei mais confiar totalmente nela. Contraditório, eu sei.

11 comentários:

Eduardomsc disse...

podemos "devanear" aqui nos comentários ??

bem,pra mim os genes não tem importância em nossas ações.fazemos o que fazemos devido a três coisas:nosso caráter,educação e índole.

a pessoa pode receber uma boa educação mas fazer coisas ruins,bem como pode viver num lar totalmente desestruturado,mas ser uma boa pessoa,devido a esses três fatores que citei.

TK disse...

Sim Edu, mas será que os genes não teriam nenhuma relação com o que chamamos de carácter?

O assunto é interessante mas ultimamente ando tão impaciente para dissertar pela NET, vou me contentar em achar o artigo interessante...

Bárbara disse...

Claro, Edu, os comentários são abertos para opiniões e discussões. XD

Você pensar em caráter é algo muito complicado, acho que deu pra perceber que no final das contas eu não cheguei a conclusão nenhuma. O caráter é como uma pessoa age, se trata os outros bem ou os engana, mas se isso for genético, a gente não tem escolha, então? Somos aquilo e pronto, não podemos agir de forma diferente? Filho de peixe peixinho é? Acho muito arriscado dizer isso...

TK disse...

Barb, eu não quis dizer isso...

Nós somos a síntese do nosso EU + o que assimilamos do mundo, levando isso em consideração o nosso EU poderia ser o que carregamos nos nossos genes + o que adquirimos com o meio em pre vivemos, eu acredito que somos pré-dispostos a algo mas o meio em que vivemos pode aumentar as nossas características próprias ou diminui-las gradativamente...

Para mim é óbvio que as pessoas mudam, mas mesmo as nossas mudanças dependem da nossa pré-disposição....

Unknown disse...

People don't change, everybody lies and and it's not lupus. sem mais

:D

Bárbara disse...

Ah, sim... Entendi o que você quis dizer. Bem, talvez realmente seja assim, eu só acho estranho dizer que nós nascemos com determinadas características no psicológico, sabe, é algo tão desconfortável. Mas entendo o que você diz, e acho que o meio em que vivemos influencia, de certa forma, quem somos, apesar de podermos ser diferentes desse meio.

Complexo.

TK disse...

Gosaria de destacar esse trecho: "Bem, sobre os genes determinarem quem somos em se tratando de “escrúpulos”, não acredito, para mim, nossas ações não pertencem à biologia, e sim à psicologia."

Não creio que a Psicologia tenha o objetivo de mudar radicalmente as nossas atitudes e forma de pensar e sim nos ajudar a encontrar um equilíbrio maior nelas.

Por exemplo: Eu cursei pedagogia com o intuito de me tornar uma pessoa menos introvertida (nunca imaginei que gostaria da profissão e nunca tive o objetivo de me tornar um professor de qualquer coisa), de fato deu muito certo, eu era uma pessoa que andava sempre encurvada, só falava o necessário e mesmo assim num tom de voz irritantemente baixo.
Quando larquei o curso no terceiro período eu já era uma pessoa muito mais sociável, o que não significa que sou a imagem da autoconfiança em pessoa pq isso vai contra a minha natureza, significa apenas que com o meu esforço e a ajuda de profissionais da área eu consegui moldar a minha característica natural e torná-la um pouco mais fraca.

Bárbara disse...

Não creio que a Psicologia tenha o objetivo de mudar radicalmente as nossas atitudes e forma de pensar e sim nos ajudar a encontrar um equilíbrio maior nelas.

Eu não quis dizer psicologia como ciência, TK, me referi ao nosso 'pensamento', como os genes são a "biologia", entende? Não tratamos alguém mal porque essa é a nossa natureza, e sim porque fomos criados assim ou somos introspectivos, mas isso nós podemos mudar.

Bráulio Oliveira disse...

se eu descobrir que uma pessoa me traiu de alguma forma, seja namorado, amigos, traindo de forma carnal ou simplesmente falando mal, será muito difícil eu confiar cem por cento nessa pessoa outra vez, sempre ficarei com “um pé atrás”, nunca tendo certeza se ela está sendo ou não sincera comigo.

Então você não muda. XD

E se essa mudança, a que se refere House e outras pessoas, for após o ambiente moldar o caráter. Digo, após sofrer a adaptação ao ambiente ela não muda mais?

Eu acho que os genes têm uma influência muito forte na postura de uma pessoa, o ambiente evidentemente também influência, mas podemos ter filhinhos-de-papai traficando drogas e favelados, nas piores condições de vida, sendo honestos. É claro que a chance de se alguém se desviar nesse ambiente é maior, mas se você não deve ser assim não será.

Haann, complicado. Eu acho que toda mulher tem esse sonho de "mudar" aquele cafajeste galanteador enquanto deixa o garoto gente boa chupando o dedo.

Porto disse...

Mudar? Questões semânticas releguem para não devanear demais. Exemplo? Poderia concordar com o antipático mais carismático de todos, o Dr. House, e diria que Mudar não muda, mas adaptamos: expomos e ofuscamos. Ou poderia discordar: Mudamos sim, a cada dia através de nossas experiências assimiladas, seres capazes de re-interpretar a “lógica”. Tudo isso sobre a óptica semântica da palavra “Mudar”!

Adjetivar as coisas é próprio dos seres humanos, o que existem de fato são predisposições genéticas sim, mas os valores morais, as virtudes e os defeitos são determinados pelo ambiente influenciando tanto quanto. Os sentidos fisiologicamente apenas estão lá e são acionadas devido a determinados fatores em suas devidas situações. Como a pessoa reage, sua ação, dependem de n fatores, que vai desde “O que é?” “O momento” e as “bases” que foram findadas a pessoa. O ser humano tem a subjetividade, e essa subjetividade que pode dar lhe uma habilidade extraordinária: A criatividade.
Por isso, nos criamos dezenas de mecanismos conscientes e inconscientes para se auto-afirmar, formar sua imagem perante um todo.
E como se nosso mapa genético fosse um sistema operacional que já viesse de fábrica, que vem com arquivos bases para o funcionamento, além de uma quantidade básica de softwares, posteriormente, adquirindo um nível de consciência (falo no sentido psicológico) e conhecimento vamos para "a instalação" e “desinstalação" de novos softwares, e através de nossa educação – experiência – maturidade aproveitamos esses “programas” de diferentes formas, mas também pegamos vírus a partir do momento que estamos "conectados" com outros, com o mundo. (vírus = entraves pessoais, defeitos, compulsões, preconceitos... enfim educação as avessas, deturpada), se não tivermos um bom auto-conhecimento ( nosso antivírus) é difícil lidar com eles, seja para (sub)deletar ou coloca-los de quarentena. E mesmo quando conseguimos superar um vírus, sempre aparece um diferente e/ou mais forte, e assim vamos dando nossos upgrades. ( Vai um pouco além da comparação de que o genoma é um hardware pois acho superficial, entenderá quem conhece.... por exemplo “formatar” ficam arquivos ghosts, que aí eu chamaria de inconsciente, mas não vou aprofundar - eu entraria em patologias mentais e distúrbios)
Recentemente saiu uma pesquisa sobre como os genes agem e se desenvolvem em indivíduos diferentes de acordo com seu histórico de vida. Na reportagem há gêmeos univitelinos com personalidades completamente opostas, além de alguns apresentarem aparência físico-emocional (mood ,feições, expressões, emoticon image) distintas mesmo carregando o mesmo mapa genético.

E para terminar, um trecho da reportagem de VEJA (Genética não é destino - edição 2109): “O Tipo de alimentação, o nível de atividade física, o tabagismo, o uso de medicamentos, as experiências emocionais - todos esses fatores agem para "ligar" ou "desligar" determinados genes, ou seja, torná-los ativos ou conservá-los adormecidos. Nos dois casos, ocorrem alterações físicas e psicológicas em seu portador. Essas mudanças podem ser para o bem ou para o mal, atenuando sintomas de doenças ou provocando seu desenvolvimento. Os gatilhos que ativam ou desativam os genes são acionados por trechos do genoma que até pouco tempo atrás os cientistas tinham por inúteis - chamado DNA lixo. Agora se sabe que eles servem de elemento de ligação entre os fatores ambientais e os genes.”. ( Esse é o ramo da Epigenética).

Em resumo : Eu acho isso tudo stress de excesso de informação, fator contemporâneo, na qual se tem facilidade para se obter dados porem estão perdidos para se conduzir por pessoas que não são formalmente instruídas para o ramo da pesquisa, então mesmo com “bagagem” de sobra, é tudo paradoxalmente superficial.O que ta deixando as pessoas mais dãããããs do que sãs.

Todo esse comentário só para fazer propaganda do meu blog mesmo, que tem meio relação com essas indagações que vivem afligindo meros mortais aprisionados ou fugitivos da sua Cela Temporal : http://www.nueloperdido.blogspot.com/

Bárbara disse...

A sua comparação entre nós e um Sistema Operacional foi muito interessante, Nuelo(?). Na verdade, todo o seu comentário foi muito esclarecedor.

Bem, isso me acalmou um pouco, ao menos ainda temos livre-arbítrio, nada do nosso "destino" ser controlado pelos genes, ainda podemos escolher quem somos e como agiremos. Urfa!


P.S.: Favoritei o seu blog. :D