terça-feira, setembro 22, 2009

A Sombra do Vento

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Carlos Ruiz Zafón, tradução de Márcia Ribas. –                      Rio de Janeiro: Objetiva, 2007

O título original é de 2001, desde então o livro e os seus mais de 6,5 milhões de exemplares, conquista leitores por todo o mundo.

Acredito que quando um livro é bom, ele nos faz ter vontade de estar imerso em suas páginas todo o tempo. Foi isso o que aconteceu comigo, durante os dias em que o lia, me pegava, no meio da aula, desejando tê-lo levado para a faculdade, para poder sair daquele lugar e mergulhar no mundo de Julián Carax.

A história gira em torno de dois personagens que se misturam o tempo todo: Daniel Sempere e Julián Carax. O primeiro, um menino de 10 anos que descobre o Cemitério dos Livros Esquecidos, e com ele, descobre a sua própria vida; o segundo, um homem que fez dos seus livros uma homenagem ao seu grande amor. Ao escolher A Sombra do Vento, ou ser escolhido por ele, Daniel inicia uma busca pela história do jovem Carax, história essa repleta de mistérios e desencontros.

Avançamos nas páginas do livro, como Daniel avança em sua vida, de uma forma misteriosa e eletrizante. Presenciamos a sua descoberta do primeiro amor e da primeira decepção amorosa, descobrimos com ele que o mundo é traiçoeiro e que pessoas más existem. Daniel e Julián Carax nos mostram que estamos rodeados de inimigos e que verdadeiros amigos são poucos, além de nos conscientizarem de que alguns amigos de infância passam e ficam com ela, apenas lá, na infância.

A narrativa é também uma excursão pela Barcelona do século XX, pelos seus bares, livrarias, casas monumentais e seus habitantes, que são um espetáculo à parte.

O livro pode ser descrito em sua principal frase: “Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós.” E é assim que mergulhamos na memória das pessoas e seus sentimentos, banhados em amor, ódio, vingança, desamparo e, acima de tudo, esperança.

Sou uma leitora do tipo sentimental, que acredita no poder que um livro possui, que se fascina por suas palavras. Ao terminar essa leitura, o leitor sente-se privilegiado e honrado, por ter tido a oportunidade de receber tão envolvente homenagem, porque esse livro é, acima de tudo, uma homenagem a quem escreve e a quem faz da leitura um dos prazeres de sua vida.

Um livro passa a ser nosso quando nos identificamos, na menor parte que seja, com a sua história. Agora eu posso dizer que esse livro é meu, e espero, sinceramente, que você também possa torná-lo seu.

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