domingo, outubro 25, 2009

Mônica no Castelo do Dragão




Garanto que neste exato momento um monte de gente que deu uma olhada no blog disse: CARALHO EU ME LEMBRO DESTE JOGO!
No início dos anos 90, um dos videogames mais populares no Brasil era o Master System. Mesmo não tendo em sua biblioteca de jogos games memoráveis como Castlevania ou Megaman, o console de 8 bits da SEGA conseguiu ser bem disseminado nas terras tupiniquins, em grande parte graças ao trabalho da TecToy.

E nesta época também era comum termos produtos da Turma da Mônica ligados a tudo quanto é coisa. Eu sei, ainda hoje nós temos um monte de produtos ligado com o nome da gorducha dentuça, mas naquela época havia muito mais coisas, como, por exemplo, VIDEOGAMES.






Isto mesmo, haviam jogos da Turminha, e não eram coisas vagabundas feitas para celulares, (até porque na época celular era algo pornograficamente estranho e caro) eram jogos feitos para os consoles!

"Uaaau Thyago, a Turma já teve uma moral dessas?"

Nem tanto, mas a Turma teve sim seus jogos, dentre eles o que analisarei hoje e que fez parte da infância de MUITA gente (inclusive a minha): MÔNICA NO CASTELO DO DRAGÃO.

Bem, neste jogo, a única coisa que nos lembra da Turma da Mônica é a protagonista, esse embrião mal formado, segundo o jogo, é a Mônica. Interessante que ela começa o jogo SEM o Sansão (que é o coelho, apesar de duvidar que alguém não o conheça).

Pois é, neste jogo, o Capitão Feio (único vilão que a Turma da Mônica tinha na época) está tocando o terror e cabe a heroína com problemas dentários resolver tudo. E não ache que agora ele usa seus homenzinhos de lama. Capitão Feio don't fuck around anymore bitches! Agora ele tem como lacaios cobras, demônios que tiram flechas do cu, cavaleiros de armadura, cogumelos gigantes, entre outras bizarrices. Além disso, encheu poços com lava e espinhos. Ele realmente quer pendurar a cabeça da menina com a cara de cavalo na parede.

Isso tudo se passa numa terra que é tudo menos a Rua do Limoeiro. E não encontramos com outros personagens da turma durante o jogo, como o Cascão, a Magali, o Cebolinha... nem sequer o Bidu aparece. Aliás, quem é considerado como "amigo" durante o jogo são animais deformados humanizados, como um porco que vende armadura, um jacaré que vende itens aleatórios, um bode usando bengala, uma salamandra que vende suco. Enfim, não tem NADA a ver com os quadrinhos.


A CARA do Cebolinha

Outra característica do jogo é sua dificuldade, determinada por alguns fatores.

Primeiro, o curtíssimo alcance da arma que o feto mal formado, digo, a Mônica, usa. Você precisa praticamente colar nos inimigos para acertá-los, sendo muitas vezes necessário acertá-los mais de uma vez e, logo depois que você os acerta, eles lhe acertam, tirando seu life de forma extremamente gratuita.


É, pra acertar um inimigo qualquer tem que ficar perto assim

Outro problema do game é algo que conhecemos desde o Castlevania do NES: quando você recebe algum dano, é empurrado para trás. Não é qualquer distância boba, mas praticamente um SALTO. Se você recebe um dano e estiver em cima de uma plataforma, pode ter certeza que cairá no poço de lava ao lado dela.

Em terceiro lugar, coisa que realmente irrita neste jogo é um efeito sonoro que fica repetindo quando você tem apenas um coração restante de life. Eu sei, é para dar uma maior tensão ao jogador, afinal, você está para morrer e o menor descuido é o suficiente para transformar a pata dos ovos de ouro do Maurício de Souza uma coisa que comentarei mais adiante.

E por último, neste jogo há um limite de tempo. Mas não é um contador qualquer como na maioria dos jogos (Super Mario Wolrd, por exemplo) que você só se lembra dele quando a música fica rápida de repente e você nota que faltam apenas 99 "segundos" para ele terminar e assim seu personagem morrer. No caso de Mônica no Castelo do Dragão, temos uma ampulheta. Ao menos é algo que tenta se parecer com uma ampulheta. Eu só fui me tocar qual era a função daquilo quando me toquei que quando a parte vermelha ficava toda embaixo, era perdido um coração inteiro do nosso life.

Agora imagine que você está na seguinte situação: você está em cima de uma plataforma, com só mais um coração de life, portanto está ouvindo um barulho irritante pra cacete que não para de se repetir, abaixo o chão está preenchido por lava (água vermelha nos videogames SEMPRE é lava, nunca duvide disto) e o tempo da ampulheta está no finalzinho. Acredite, este tipo de situação neste jogo é bastante recorrente. Ah sim, vale lembrar que você não tem outras vidas, e sim um item chamado "Porcao Limpa" (que devia significar porção limpa, maldito jogo que não tem o "ç" entre seus caracteres) que é extremamente raro e só encontrei ele duas vezes: uma em um shop, custando 100 moedas (o que é bastante neste jogo) e outra vez matando um monstro aleatório (mas isto aconteceu apenas uma única vez). Se você vacilar demais, tchauzinho, sem direito a continue.

E bem, digamos que a Mônica fica no mínimo bizarra quando "morre". Segundo o jogo, ela vira um "monstro de sujeira", porém o que vemos é seu cabelo ficar completamente desfigurado e sua roupa evaporar. Isso mesmo, somos agraciados com a cena da Mônica pelada com os cabelos pra cima.

Pois é, houve um tempo que se podia insinuar que uma criança estava pelada e não era considerado pedofilia.

E este jogo é bugado, principalmente à medida que vamos chegando ao final do jogo (ou ao menos eu ACHO que é o final), quando entramos num castelo-labirinto que não faz o menor sentido. Quer um exemplo? pois bem, tem um momento do jogo que você precisa subir usando duas plataformas, sendo que elas funcionam como uma gangorra: quando você sobe em uma, ela desce e a do lado sobe. Até aí tudo bem, mas o jogo é sacana neste nível: se quando você chegar lá em cima você estiver do lado direito, você misteriosamente despenca e tem que começar tudo de novo, agora se chegar do lado esquerdo, aí sim você avança.

O jogo, resumindo, é assim: você chega num estágio, avança até chegar na porta do chefe, pega uma chave e avança para a próxima fase.

Pois é, mesmo assim, eu adorava este jogo, vivi minha infância jogando ele sempre que me lembrava, mesmo nunca tendo terminado ele (não era meu, eu o alugava nos finais de semana).

Daí, passaram-se os anos, veio a internet (Serious Business) e ela conseguiu matar mais um símbolo da minha infância (junto com o rosto do Lombardi): descobri que o jogo da Mônica se tratava de um hack safado de Wonder Boy in Monster Land! Sim, o pessoal da Tectoy (que tem a safadeza de lançar jogos de celular num Mega Drive sem entrada para cartucho) fez um "hack oficial" do jogo e o lançou pelas terras tupiniquins.

"Thyago, seu gordinho burro, isso eu já sabia desde a época que o jogo foi lançado!"

Sério? Que bom pra você campeão!
Naquela época, não existia internet e nunca comprava uma revista de games, minha mãe não me dava nem se eu implorasse de joelhos. Portanto, o que eu sabia de videogames era o que eu via nas locadoras e bem, eu nunca nem vi sombra de Wonder Boy nas locadoras que frequentava.

Pra você vê, não é de hoje que a Tectoy nos sacaneia. E você já a achava safada por cobrar trezentos reais por um Mega Drive (e que ainda vende, diga-se de passagem).

Resumindo, Monica no Castelo do Dragão é um jogo... legal. Tem seu fator nostálgico, mas sinceramente, recomendo você jogar o Wonder Boy original ou outro jogo do Master System, como aquele do Pato Donald com um martelo gigante e que eu esqueci o nome agora, mas é um jogo foda (caso alguém saiba que jogo é, me diga nos comentários que eu vou atrás da ROM pra baixar. Eu iria atrás do cartucho se meu Master não tivesse ido para o espaço).

Bem, por hoje é só pessoal!

Até!

9 comentários:

All_182 disse...

NOOOOOOOOOOOOOOSSA! HUAHUAHUAHAHUUAHUA
esse joguinho era bom ._.
UHAUHAHUAHUAUHAHUUHAA
minha infancia (Y)

Yoshi disse...

aheuaheuaheuhaeuh

nunca joguei isso... eu sempre fui nintendista (-q)

mas era bem comum encontrar jogos hacks mesmo.. eu mesmo tenho um sonic pra snes.


sim, vc não leu errado

UM FUCKING SONIC PRA SNES!!!

hauhahauhauhauuhaa
sonic no snes é tipo comer arroz com feijão e farofa num restaurante japones ahuahauhauhauhau

bizarrices do passado

Yoshi disse...

direto do twitter:

@mauriciodesousa: @Yoshi_itice -obrigado pela excelente descriçao do jogo. enviei para nosso depto. comercial para reestudo e eventual restauro e modernizador

rs

Ton-Kun disse...

Bom, pode ser só um chute furado, mas o tal jogo do Donald não seria Quack Shot, que teve uma versão pro Mega Drive?

Thyago disse...

o quack shot eh um q ele tem uma arma q atira desentupidores de pia XD
o q eu quero eh do master, ele tem um martelo gigante e tem q resgatar os sobrinhos dele XD

El Jasque disse...

I'll be back hehe.
Serio, mals a falta de posts meus, é que estou numa época de trabalhos e provas xDD(achei que japonês ia ser fácil lol).

Enfim, finalmente vim aqui ver essa review =]]

"Outro problema do game é algo que conhecemos desde o Castlevania do NES: quando você recebe algum dano, é empurrado para trás. "

Nossa isso acontece tb num jogo de nes do wolverine.

Eu nunca joguei esse jogo (e vejo que não perdi nada lol). Mas eu tinha vontade de jogar, pq meu vizinho tinha e vivia zerando ele xDD.

Mas desses rips o que eu mais gosto é o Chapolin Vs Drácula.
Até musiquinha era maior legal ^^.

Thiago disse...

Linkaram esse teu post lá do Playfire (http://www.playfire.com/a/game/monica-no-castelo-do-dragao/news/15874) e eu tive que comentar. Muito engraçado, bom ver algo bem escrito de um xará meu com mais frescuras ainda no nome (e eu achava que só o "h" já era o bastante) e ver que eu não fui o único que fiquei de cara quando descobri que jogávamos um clone de um outro joguinho. Sapo Xulé foi igual a decepção pra mim, aliás, quando descobri que ele era o Psycho Fox.

Ah, sim, o jogo do Donald (muito foda, por sinal) de Master System que você cita é o "Deep Duck Trouble starring Donald Duck". A musiquinha do chefe em que ele corria pra caralho não sai da minha cabeça até hoje.

Anônimo disse...

Caro Kang, você pode me achar um chato, prepotente, mas é só a primeira impressão, digo isso porque eu entendi completamente que foi um análise bem-humorada e foi, pois eu dei muita risada enquanto lia. Mas numa boa, dizer que a SEGA hackeou o jogo da Mônica? Foi muito baixo. Hackear games é o que encontramos em sites de ROMs e Emuladores que colocam o chaves no Mario Bros. 1 do NES. No caso da SEGA ela não hackeou, até porque tem direitos de imagens e tudo mais, foi uma liberação, e na época a Tectoy comandava muito bem o mercado de games no Brasil, até tinha propagandas na TV dos jogos de Master System e Mega Drive, graças a ela. E a Mônica no Castelo do Dragão, Turma da Mônica em: O Resgate ambos para Master System e Turma da Mônica na Terra dos Monstros, todas elas, foram conversões de franquias japonesas, que a Tectoy sabia que não iria nem a pau fazer sucesso no Brasil. Praticamente a franquia Wonder Boy foi extinguida do Brasil. Eu também soube disso que nem você, meus pais não compravam a Videogame que era a revista da época, fui descobrir depois após coletar muitos daqueles catélogos com fotos de games do Master que você ficava babando pra ter todos os jogos sabe, e em um escapou a foto do Wonder Boy in Monsterland, depois soube que é uma franquia no Japão muito parecida com Link do Zelda, mas que ficou esquecido pelo tempo. E a Tectoy por intermédio da SEGA tinha o direito de fazer as conversões porque no Master system era fácil programar jogos com conteúdo brasileiro. Tanto é que saiu aquele, Sapo Xulé e os amigos do Brejo e era conversão do joguinho da raposinha, Psycho Fox. Essa palavra hackear é muito forte e se a Tectoy pega isso, você pode levar uma chamada dos caras na maior entende.


Eu achei ótimo você ter desenterrado esse jogo e comentar porque foi um jogo marcante que apareceu quando o Master system, infelizmente estava já usando marcapasso sabe? Quase pra morrer e jogos como esse davam uma sobrevida ao videogame. E o Master não fez sucesso em 1990, o Master System 2, já tinha sido lançado em 1986, porque veio na memória Alex Kidd in Miracle World cujo jogo foi também lançado em 1986. Tinha gente que via o Alex Kidd comendo bolinho de arroz no fim das fases, o do meu Master system comia hamburguer.

Cara você escreveu muito bem, parabéns pelos minutos de nostalgia que você proporcionou e só pra descontrair, o jogo do pato donald, são dois.

The Lucky Dime Caper (que o donald carrega o martelo gigante), 1992

Deep Duck Trouble que é o Pato Donald 2, 1994.

São ótimos, mas com certeza você mencionou o primeiro, de 1992. Eu espero que você não me ahce um chato, é que eu trabalho nesse ramo de games há muito tempo e sou um eterno pesquisador da história do universo gamer. Se me chamar de chato eu aceito, mas não pude deixar de dar alguns toques.

Thyago disse...

Opa, nada cara, nada de chato da sua parte XD.
Realmente, "Hackearam" é um termo meio pesado, mas convenhamos, é algo que aconteceu: modificação autorizada, que não deixa de ser um hack "profissional", por assim dizer XD.

Meu alex kidd tb comia hamburguer, algo que eu sempre achei que dava mais certo do que o bolinho de arroz. Tempos depois, vi ele na versão original (comendo o bolinho) e simplesmente o negócio não era o mesmo. era como se não se encaixasse com ele, vai entender.

Obrigado a você e ao Thiago pela dica do jogo do Donald, agora me sinto na obrigação de procurá-lo e terminá-lo. Ah, como eu amo você save state XD.