quarta-feira, dezembro 16, 2009

A literatura nos anos Dois Mil

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Pontuar o que aconteceu no mundo literário durante a década é algo quase impossível, pensei em várias formas de fazer isso, como por exemplo, usar a lista do Times como ponto de partida. Mas aí eu pensei, os livros que estão no topo dessa lista são, ao menos é o que eu imagino, pouco conhecidos pela juventude, então fiz um resumão do que mais se ouviu falar, passando pelos livros e chegando ao Twitter. Boa leitura.

Em 2003 Dan Brown usou a fórmula mágica “suspense + assunto polêmico” e viu o seu livro, O Código da Vinci, ser tema de muitas discussões a respeito da Igreja Católica. O livro se desenrola a partir de um assassinato, e faz referência a algumas organizações católicas, mesclando informações sobre a história dessas organizações, relacionando com algumas obras de arte. Muitas pessoas tomaram o que tinha escrito no livro como verdade, não se atentando ao fato de que se trata, em sua grande maioria, de ficção. Bem, o autor adorou isso, tenho certeza, já que nadou em rios de dinheiro e ainda viu essa, e mais outra obra sua, ser adaptada para o cinema.

Em 2004 foi a vez de ‘O Monge e o Executivo’ estar no topo das listas. O livro de auto-ajuda que conta a história de um empresário que foi viver em um monastério conseguiu muitos leitores pela sua forma leve e direta de tratar a liderança.

Depois tivemos o lançamento de Crepúsculo, em 2005, mas que se consolidou, ao menos no Brasil, em 2008. Passamos também por A Menina que Roubava Livros (o meu livro favorito, diga-se de passagem), O Caçador de Pipas, que deu início aos milhares de livros sobre o Oriente Médio. Sério, deu enjôo o tanto que esse tema foi tratado desde a publicação do livro de Khaled Hosseini, você só via Oriente Médio, mulheres reprimidas, Oriente Médio... Agora que estamos na época dos vampiros, não sei qual repetição é a pior.

Infelizmente, essa primeira década dos anos dois mil também marcou o fim da saga Harry Potter, iniciada em 1997. A série de 7 livros escritos por J.K. Rowling, conta a história de um menino que se descobre bruxo, e vê o seu aniversário de 11 anos como o início de uma nova vida. Sucesso absoluto, não há quem discorde. A autora construiu uma saga consistente, na qual eventos do primeiro livro, que parecia não ter importância, se revelaram significativos mais pro fim da obra. J.K. Rowling mesclou todos os “mundos encantados” de forma magnífica, conseguindo escrever empolgantes passagens de ação, mistério e emocionantes cenas de drama (como a palavra mesmo diz). É fato, Harry Potter marcou essa geração.

2007 foi a vez de dois livros ganharem o gosto do povo, O Segredo e O Menino do Pijama Listrado. Um fala sobre como a Lei da Atração pode mudar radicalmente a sua vida, o outro nos transporta à Segunda Guerra Mundial e como um menino tenta entender o que se passa à sua volta. O mais interessante? Tire suas próprias conclusões (dica: ‘O Segredo’ é que não é, rs).

Mas a primeira década dos anos dois mil não foi marcada apenas pelos livros de papel, presenciamos também uma revolução na forma de ler. Presenciamos a consolidação dos e-books.

A proposta desses livros digitais é interessante, porque é muito mais prático você carregar para onde quiser dezenas de livro sem pesar praticamente nada. Mas (eu ainda não experimentei, então só falo na base do “achismo”) não sei se a leitura dos livros dessa forma é tão prazerosa quanto a dos livros impressos. Tudo bem que existam aparelhos no mercado, como Kindle (febre dos eBook Readers ), que proporcionam uma leitura confortável, a função de, ao invés de ler, ouvir o livro, mas o prazer de você ter um livro em mãos, sentir o cheiro das páginas, a textura, é inigualável.

Continuando com a tecnologia, tivemos a explosão dos blogs, que começaram como diários virtuais e hoje são um espaço aberto para opiniões e debates, além de darem um bom lucro (os que conseguem popularidade, óbvio).

Lembro-me que logo no começo dessa febre o que mais se debatia era se, com os blogs, a privacidade estava com os seus dias contados, porque, como eu disse, eles começaram como um diário virtual mesmo. Agora, o que se discute é a importância que eles têm entre os jovens. O poder de influência deles é tamanho que políticos, empresas, artistas... se aventuraram nesse mundo, já que são um espaço de comunicação, no qual as pessoas falam o que pensam, muitas vezes favorecidos pelo anonimato.

Por fim, temos o Twitter. Essa rede social que é classificada como microblog teve a sua importância constatada na época dos conflitos no Irã, quando os internautas narravam o que estava acontecendo. Foi um marco, em minha opinião, na história da internet, da comunicação eficaz, da globalização...

O Twitter veio para, talvez, revolucionar a forma de falar o que pensa e conta a vida pros outros.

2 comentários:

Bráulio Oliveira disse...

A literatura há muito não é apenas entrar em uma biblioteca mofarenta (?) e se debulhar sobre páginas e páginas amarelas. Literatura são blogs, twitter, podcasts, arte. Enfim, costumo ter essa visão meio convergente.

Whatever, bom artigo, Barb. Muito bem escrito. (:

Anônimo disse...

Eu amo Literatura, mas não gosto, por exemplo, de livros de auto-ajuda, que têm dominado muitas listas de mais vendidos nesta primeira década dos anos 00. Entretanto, sempre fico satisfeita quando vejo fenômenos literários como "Crepúsculo", pois isto significa que mais gente anda lendo. E temos a Internet, grande meio da palavra escrita.