Acontece que já faz alguns anos que eu venho presenciando muitos nerds bitolados ou RPGistas que se importam mais com seus combos de regra, poderes e níveis de seus personagens, do que com o verdadeiro "espírito" do RPG de mesa: a interpretação e a diversão. Claro, não há nada de errado em se preocupar com a capacidade do seu personagem em termos de características e habilidades próprias dentro do jogo, mas o grande diferencial do RPG de mesa é a interação de um jogador com o mestre do jogo e com outros jogadores.
Para me expressar melhor irei mencionar aqui alguns estilos de jogo e comentar minha opinião sobre eles e seus jogadores. O texto também é muito bom para aqueles que não são muito familiarizados com RPG e gostariam de compreender um pouco mais sobre o assunto.
Dungeons & Dragons
O bom e velho D&D (Dungeons & Dragons), que se transformou no AD&D (Advanced Dungeons & Dragons - a última versão do sistema quando eu comecei a jogar), seguido pelo D&D3 ou D20 e que hoje está em sua quarta edição, o D&D4. Claro que vários outros sistemas podem ser usados para histórias de fantasia medieval, como 3D&T, GURPS, entre outros, mas com certeza o D&D é a melhor escolha do estilo. Apesar de suas adaptações para tempos modernos e futuristas, esse sistema é a alma do RPG medieval. Aqui foi onde tudo começou há mais de 30 anos atrás. Não é à toa que este é o RPG mais jogado dentro desse tipo de fantasia.
Porém, o D&D, justamente por ser o RPG mais famoso e jogado pelo mundo, é também aquele que cria o maior número de indivíduos exageradamente nerds. E me refiro àqueles que mal vêem a luz do dia, que quase não saem do porão de casa e não conseguem conversar sobre nada que não envolva um assunto nerd.
Esse é o tipo de RPGista que cedo ou tarde consegue dar nos nervos até em outros nerds! Claro, cada um busca se divertir do jeito que bem entender, só acho que é melhor evitar chegar a esse ponto. Um jogo não passa de um entretenimento, um passatempo, a não ser que você seja como eu e pretenda trabalhar com algo que envolva o RPG (para mim é a melhor coisa para arranjar inspiração na criação de histórias e personagens). Nesse caso levamos nossas histórias mais à sério e com bastante dedicação, mas mesmo assim é preciso dar uma moderada caso perceba que isso esteja tomando muito de seu tempo ao ponto de interferir em outros aspectos de sua vida. Enfim...
3D&T e GURPS
Quando eu jogava uma história de fantasia futurista, terror ou algo mais sci-fi em tempos modernos, estes eram os sistemas mais usados. 3D&T para cenários mais fantasiosos (como muitos animes/mangás) e GURPS para algo mais futurista ou mais próximo do mundo real (Star Wars, Resident Evil, Matrix, Gundam, etc). Claro, eles podem ser usados em uma enorme variedade de mundos e realidades e não apenas estas mencionadas. Além do fato que 3D&T é um sistema extremamente simples, próprio para jogadores iniciantes, mas que logo enche o saco. Enquanto GURPS já chegava a ser complexo demais. Mas enfim, eu quero apenas mencionar sobre aqui as histórias modernas ou futuristas de terror, fantasia ou ficção.
Essa já não é muito minha área, não sou daqueles grupos que amam ficção científica, robôs gigantes, alienígenas ou armas de fogo avançadas, mas conheço bem muita gente que se encaixa nesse perfil.
Os principais exemplos de histórias futuristas são Star Wars e Star Trek. Ah sim, ser fã dessas séries está entre os maiores sinônimos de NERD do mundo! Mesmo que alguns não sejam. Eu pessoalmente gosto de Star Wars e não gosto de Star Trek. Mas como disse, essa não é a minha área. Nunca fui um fã incondicional do estilo então não posso dizer muito. Mas é indispensável mencioná-lo quando se trata de uma análise nerd de RPGs x]
Pessoalmente, quando quero algo mais ligado à realidade eu busco imediatamente o sistema Storyteller.
Storyteller/Storytelling
Ô Belezura! Como RPGista de longa data, digo a vocês que uma boa história no Mundo das Trevas do sistema Storyteller (hoje é chamado de Storytelling, mas para mim é Storyteller eternamente) é algo indispensável para aqueles que curtem um bom RPG. Seja Vampiro, Lobisomem, Mago ou qualquer outro. Falo sem dúvida alguma que esse é o melhor sistema existente que já joguei. Mas apenas como SISTEMA. Em termos de realidade de jogo eu ainda prefiro uma boa fantasia medieval.
O Mundo das Trevas é um mundo melancólico, macabro, podre, feio, triste, corrupto, um reflexo de tudo que há de ruim em nosso mundo real mesmo. Com isso, o jogo atrai um grande número de jogadores góticos, emos, revoltados, anti-socias, enfim, pessoas "dark" de alguma forma. Bem, acho que eu nem precisava mencionar qual é o perigo aqui...
O Storyteller é um sistema que não costuma criar nerds, mas sim criar pessoas mais... digamos, extremistas dentro de algumas tribos urbanas mais anti-sociais. Eu próprio já fui um anti-social, metaleiro bitolado, isolado, revoltado com a sociedade, etc. Isso apenas em minha adolescência, hoje não sou mais, mas não tenho preconceitos contra quem seja. Para mim se cada um ficar na sua, que sejam, façam e falem o que bem quiserem. Contanto que não afete negativamente os outros, já está ótimo.
O problema é quando algum ser inferior resolve bater ou matar alguém dentro de um RPG. Algo que infelizmente ocorre mais dentro desse estilo de história, especialmente se for em um Live Action.
Live Action
3 comentários:
eh carapuça...
e, sei lah, nunk tive muito saco de ficar jogando RPG...
XD
Nossa, artigo foda!
Bela estréia do Arnold em nosso blog, tá de parabéns! o_ó
heuaheuaehaeuaehuaeaeuaehuaeh
cara, vc tem q ver como os RPGistas são vistos por 90% dos evangélicos. Chega dá pena...
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